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Após 40 dias de uma mega operação, chega ao fim do ‘novo cangaço’ em Mato Grosso

Após cerca de 15 homens fortemente armados com fuzis e causarem um grande terror na cidade de Confresa-MT (a 1 049 km de Cuiabá), a operação “novo cangaço” chegou ao fim.

Em conversa com a equipe de reportagem da Revista Camalote, o Cel. Ronaldo Roque contou um pouco como foi a difícil missão de combater nessa operação. A operação que teve início na segunda-feira (10) de abril desde ano, após os criminosos tentaram assaltar à transportadora de valores, que terminou com a troca de tiros e quatro dos criminosos mortos.

“Participar de uma operação dessa magnitude constitui-se de uma experiência marcante na vida de qualquer profissional de Segurança Pública, considerando a necessidade urgente de restabelecimento da ” Ordem”, a imperatividade de uma resposta imediata do aparato de Segurança Pública, o impacto da ação delituosa e seus reflexos no meio social. A perpetração dessa nova modalidade criminosa colocou a prova, todo, Sistema de Segurança Pública Estadual, transcendendo as fronteiras territoriais e extendendo-se a Estados vizinhos, resultando na realização de uma grande operação transfronteirissa coordenada de forma compartilhada entre os Estados”, disse o Cel.

“Nesse contexto coordenar as ações no Cenário Operacional, representava primeiro um grande desafio e revestia-se de uma imensa responsabilidade, na medida em que os reflexos de nossas decisões implicariam na segurança de centenas de Policiais empregados, na capacidade operativa e interventiva das forças de segurança e diretamente na construção dos resultados da Operação”, concluiu.

O Cel. ainda revelou que o que mantinham eles convictos de que poderiam alcançar um resultado positivo era a confiança, comprometimento, profissionalismo e trazer uma segurança para sociedade. “Mas a confiança na capacidade de resposta, sobretudo amparado pelo nível de engajamento, comprometimento e profissionalismo do nosso efetivo, sempre nos mantivemos convictos de que alcançaríamos resultados favoráveis para a segurança pública e para a sociedade como um todo”, afirmou.

Como acontece em toda ação dos grupos estilo “novo cangaço”, os homens entraram na cidade de Confresa atirando e provocando terror nos moradores. Houve ataque ao quartel da Polícia Militar, à viatura do Corpo de Bombeiros e invasão à empresa de segurança Brinks. Segundo estimativas da Polícia Militar do Mato Grosso e do Tocantins, o grupo era formado por 20 membros. As buscas eram concentradas na área da Ilha do Bananal.
 
“Execução desta operação constituiu-se de um grande desafio que começava pela junção de inúmeros profissionais, de Unidades distintas, com funções distintas, Estados distintos, protocolos e formas de atuações distintas, o que demandou dos coordenadores e comandantes primeiro, grande capacidade de organização e coordenação de emprego operacional de todo esse aparato policial, bem como a capacidade de liderança a frente de seus respectivos efetivos”, relatou.

Cel. Ronaldo ainda revelou desenvolveram as buscas em lugares com difíceis acessos em grande extensão de matas, terrenos alagados, onde não impediram o engajamento policial. “O cenário em que se desenvolveram as buscas com grande extensão de matas, terrenos alagados e de difíceis acessos, a dificuldade de comunicação dentre outras adversidades que não impediram o engajamento policial e primeiro, superados pelo comprometimento e perseverança de cada policial ali empregado”.

A quadrilha fugiu para uma região de reserva indígena. Barreiras foram montadas pelas polícias de Mato Grosso, Tocantins e Goiás e, segundo o secretário de Segurança de Mato Grosso, César Augusto Roveri, houve confronto com a polícia e dois veículos do bando foram destruídos.

O grupo conseguiu fugir de Mato Grosso em barcos pelo Rio Araguaia e entrou no Tocantins pelo Rio Javaés. De acordo com a PM, a quadrilha invadiu uma propriedade rural onde fica o Projeto Canguçu, da Universidade Federal do Tocantins, onde teriam afundado embarcações e roubado veículos.

Os homens teriam se dividido em dois grupos, um foi até a fazenda Agrojan e fez uma família refém. O grupo foi libertado durante o confronto com a polícia. Um dos integrantes da quadrilha morreu.

“Para a execução de uma Operação dessa grandeza é necessário à adoção de inúmeras medidas, que parte pela cooperação de atuação entre os Estados Vizinhos, proporcionando uma congregação de esforços, cooperação mútua e integração operacional. Mobilização dos efetivos, logística para deslocamentos, alojamentos, alimentação, serviço de saúde, desdobramento estratégico no terreno, comunicação com a comunidade local, divisão de tarefas, coordenação e controle das ações”.

Durante toda essa operação participou aproximadamente em cerca de aproximadamente 350 profissionais de Segurança Pública de 05 Estados (MT, TO, PA, GO, MG).

“Esta foi mais que uma operação policial de busca e captura de criminosos homiziados, que visa o restabelecimento da ordem, mas primeiro o restabelecimento da dignidade de cada cidadão, sobretudo dos cidadãos do município de Confresa que foram ultrajados pela audaciosa ação criminosa perpetrada no dia 09 de abril. As forças de segurança dos Estados de MT, TO, PA, GO, MG, que ali atuaram, numa congregação de esforços, de cooperação mútua e integração operacional, numa verdadeira demonstração à criminalidade de que tais atos delituosos receberão o devido enfrentamento e a resposta será na medida necessária para coibir e evitar que ações dessa natureza não possam prosperar em nossos Estados” concluiu o Cel.