O padre Ramiro José Perotto, da Paróquia São Paulo Apóstolo, de Carlinda (762 km ao norte de Cuiabá), foi ouvido pelo delegado Pablo Bonifácio Carneiro, da Polícia Civil de Alta Floresta, na tarde de segunda-feira (24). O pároco ficou conhecido nas redes sociais após fazer comentários sobre o caso da menina de 10 anos estuprada pelos familiares no Espírito Santo e que acabou engravidando.

De acordo com informações da delegacia, o padre prestou esclarecimentos durante a tarde. Em despacho, o delegado Pablo Bonifácio relata que os comentários do padre em seu perfil no Facebook, onde afirma que a menina de 10 anos, estuprada pelo tio no Espírito Santo, “gostava de dar”, pode ser considerada apologia ao estupro.

Os comentários ultrapassam a liberdade de expressão, e podem “promover uma incitação e promoção a este delito”, disse o delegado no documento.

“As palavras do padre, a principio, ultrapassam tal limite, se demonstrando uma possível forma de apologia ao crime, vez que os dizeres do pároco se evidenciam como um verdadeiro discurso de defesa do fato tipificado no artigo 217-A do Código Penal Brasileiro”, diz trecho.

Fora o depoimento na delegacia, o padre também deverá prestar esclarecimentos à Justiça. A promotora Laís Liane Resende, da 2ª Promotoria de Justiça Cível de Alta Floresta, requisitou a instauração de procedimento investigatório criminal contra Perotto.

OUTRO LADO

A reportagem do GD entrou em contato com a Diocese Sagrado Coração de Jesus de Sinop, responsável pela Paróquia de Carlinda, no entanto, não conseguiu falar com o bispo Dom Canísio Klaus.

Até sexta-feira (21), o padre permanecia como pároco da Paróquia de Carlinda.