Agronegócios

Chuva favorece trigo em fase vegetativa e enchimento de grãos

Esse índice representa um atraso em relação à média das últimas cinco safras, que, nesta mesma época do ano, chegava a 41% colhidos. Um dos fatores para essa demora se deve à semeadura mais tardia em sucessão às lavouras de verão, que foram ressemeadas após o período de estiagem do último verão, que, por sua vez, atrasou as colheitas. Outro fator é a desuniformidade na maturação das lavouras, que levou parte dos produtores a aplicarem herbicidas para uniformizá-la, e os produtos utilizados demandam um período de ação e de carência para a colheita. As lavouras, de modo geral, permanecem com excelente potencial produtivo.

Chuva favorece o trigo

Na região de Bagé, na Campanha, as chuvas registradas foram benéficas para as lavouras em fases de enchimento de grãos e vegetativas, estas últimas implantadas em setembro. De modo geral, as temperaturas, consideradas baixas para este período do ano, favorecem o desenvolvimento do ciclo esperado das cultivares utilizadas, embora a área foliar mais baixa tenha sido afetada pela falta de umidade nas últimas semanas ou pela incidência de fungos.

Na Fronteira Oeste, as chuvas causaram a paralisação dos trabalhos de colheita, mas foram muito importantes para as lavouras que ainda estão em meio à fase de enchimento de grãos. Os produtores estão satisfeitos em relação à elevação dos preços ao longo dos últimos dias, coincidindo com o período de colheita. Em Maçambará, 10% das lavouras já foram colhidas e em São Borja, 5%.

Em Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra mais de 90% da área cultivada na região, a fase predominante é de floração. Já nos municípios de menor altitude, as lavouras se encontram em enchimento de grãos e em início de maturação. Em ambas as situações, o aspecto das lavouras é muito bom, apresentando boa sanidade e mantendo a expectativa de bom rendimento de grãos.

Em Frederico Westphalen, foram colhidos 3% dos cultivos. As condições para lavouras remanescentes são favoráveis. O alto volume de chuvas, no período, causou acamamento e diminuição na qualidade dos grãos em algumas lavouras. No entanto, os danos foram pontuais e não impactam na produtividade regional. Em termos fitossanitários, observou-se a ocorrência de morte de plantas em reboleira, causadas pelo mal do pé em terrenos sem rotação de cultivo.

Em Ijuí, o tempo foi favorável para o desenvolvimento, sem fatores prejudiciais referentes à temperatura ou à umidade. As lavouras colhidas ainda apresentam produtividade abaixo da média regional projetada por já apresentarem menor potencial durante todo o ciclo, principalmente pelo menor estande de plantas e pelos casos pontuais de geadas.

As plantas em maturação confirmam o alto potencial, que chega a até cinco grãos por inflorescência, muito superior ao desempenho das safras anteriores, quando havia apenas dois ou três grãos por inflorescência. A sanidade da cultura permanece muito boa, e há pouca incidência de giberela nos grãos e nas espigas, conferindo ótima qualidade ao produto a ser colhido.