Política

Eleitores estão divididos na escolha dos candidatos em MT

O grande número de candidatos ligados a algum setor religioso divide a opinião dos eleitores. Em Mato Grosso, 16 pastores concorrem a um cargo eletivo nas eleições de outubro deste ano em Mato Grosso. A reportagem de A Gazeta foi às ruas e a maioria dos entrevistados afirmou não concordar com a ligação entre político e religião.

Para alguns dos entrevistados, como por exemplo Mateus Pasolo de 18 anos, religiosos na política não são garantia de bom comportamento, nem de solução para a moralidade na política, como prometem aqueles que são ligados a alguma igreja e se candidatam a um cargo eletivo com o discurso de mudança.  

“Não acho certo porque está se aproveitando de uma questão que abrange toda a sociedade brasileira que é a fé e com isso consegue engambelar o eleitor. Diz que é cristão como argumento de que é bom, que não mente para que as pessoas votem nele, porém, estar na igreja não o faz melhor que os outros, muito pelo contrário, vemos casos criminosos de pessoas ligadas a religião”, ressalta o jovem.

Em todo o país são 116 sacerdotes ou membros de ordem ou seita religiosa conforme dados do site DivulgaCand. Em Mato Grosso há representantes disputando todos os cargos, sendo a grande maioria para as chapas proporcionais.  

O pastor da Assembleia de Deus Marcos Ritela (PTB) é candidato ao governo do Estado. Para o Senado, dois pastores se colocaram à disposição para serem os primeiros suplentes. Do candidato Antônio Galvan (PTB), será o pastor da Igreja Batista Jairo Ishikawa. Já Osmário Daltro (Patriota), da Voz da Verdade, será do vereador de Cuiabá Kássio Coelho (Patriota).

Concorrem a uma cadeira na Assembleia Legislativa (ALMT) 8 pastores, inclusive o candidato à reeleição Sebastião Resende (União), veterano na casa de leis. Para o cargo de deputado federal serão 4 representantes dos evangélicos. Já entre os postulantes ao Legislativo, a Assembleia de Deus predomina. Muitos outros candidatos usam também em seus materiais de campanha o sinônimo “cristão” para se identificar como membros de igrejas diversas.

Solange Graciole, de 46 anos, que trabalha como cabo eleitoral para um político ligado à igreja, afirma que dizer ser da igreja ou estar em um cargo de alguma instituição religiosa não significa que querem se aproveitar dos fiéise sim que querem dar opção de mudança para os eleitores.

“Não acho que usam a igreja, acho que essas pessoas querem mudança na política e querem fazer algo. Acho que todos os setores precisam ter representantes. Voto em candidato ligado a igreja, sou da igreja e acho que precisa aumentar o quantitativo de quem pensa diferente”, ressalta Solange.