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Entenda por que países estão retomando medidas anticovid

Foto: R7

Um ano e meio após o início da pandemia, o coronavírus ainda está longe de ser erradicado no mundo — e, apesar da ampla cobertura vacinal em muitos países, novas variantes vêm ganhando força. O R7 conversou com o infectologista Estêvão Urbano, diretor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), para entender os erros dos países que retrocederam no combate à crise sanitária e o que pode ser feito para reverter a situação


A Austrália, que no início da pandemia foi amplamente elogiada pela sua gestão no combate à crise sanitária, agora tem várias cidades em confinamento devido ao avanço da variante Delta. Segundo Urbano, o retrocesso se deve a uma combinação de dois fatores: "falsa sensação de segurança" e baixa cobertura vacinal."Pelo fato de a Austrália ter investido em medidas de isolamento social, foram registrados poucos casos e mortes por covid e as pessoas, então, acharam que estava tudo bem — que podiam tirar a máscara e provocar aglomerações. Agora, elas estão pagando o preço por isso. Um agravante é que a campanha de vacinação no país está lenta e o índice de imunizados ainda é baixo em comparação com diversos outros lugares", afirma.

 

Nos Estados Unidos, por sua vez, a situação é justamente o oposto — o país é um dos que mais vacina no mundo e, até o momento, tem metade de sua população totalmente imunizada contra a covid-19. Por outro lado, os EUA registraram, na quinta-feira (5), o maior número de casos diários em seis meses — mais de 100 mil —, e espera-se que o número de contágios chegue a 200 mil por dia nas próximas semanas.

 

"Ao contrário da Austrália, os Estados Unidos têm a maior parte de seus cidadãos protegidos contra a covid, mas é importante lembrar que a vacina, por si só, não faz milagre. Não é prudente, portanto, permitir que as pessoas circulem nas ruas sem máscara e provoquem aglomerações, como foi feito nos EUA", diz.