Geral

Especialista destaca sinais de alerta para abuso infantil

No último mês, dois professores foram presos acusados de abusar de crianças em sala de aula. Apesar dos fatos registrados na escola, os casos podem acontecer em qualquer ambiente e os pais precisam estar atentos ao comportamentos dos pequenos.

O GD conversou com uma neuropsicóloga, Jackeline Rodrigues, que é mestra em psicologia, especialista em reabilitação neuropsicológica e Orientadora Parental, para que explicasse sobre os sinais que uma criança pode apresentar quando está sendo vítima de abuso.

“Uma criança pode simplesmente ficar triste, chorar muito por várias situações, pode ficar mais agressiva, ficar mais isolada”, são os principais sintomas, conta.

A especialista reforça que nem sempre o menor vai contar o que está acontecendo e, por isso, é tão importante ficar de olho em qualquer mudança.

“Começa a atrapalhar o seu desenvolvimento e é onde a família e a escola têm que observar esse atraso, essas mudanças de comportamento, às vezes a criança começa a fazer desenhos que remetem as partes íntimas, começa com comportamentos totalmente diferentes do habitual”, pontua.

Mas não são somente situações de abuso que podem ocasionar uma mudança de comportamento da criança, por isso. Em caso de suspeita, a abordagem amigável é o melhor caminho para que a criança conte o que acontece.

“Não se pode falar de maneira formal, como se estivesse falando com um adulto, e simplesmente perguntar se ela foi abusada. Tem que perguntar se alguém está se aproximando dela, se alguém esta a machucando, se alguém fez algo de errado com ela, perguntar se alguém tocou nas partes íntimas dela. Precisa de todo um cuidado para não gerar mais traumas ou gerar desconfortos”, explica

Por isso, é fundamental que a abordagem seja feita por um adulto da total confiança da criança e tenha liberdade com ela. Assim, ela se sentirá mais segura contar se algo inadequado aconteceu.

Outro ponto crucial que deve ser notado na criança é como ela age com o próprio corpo. Se há marcas, coceira ou qualquer outra anormalidade.

“Se a criança começa a se coçar, e a coçar as partes íntimas, é importante observar se não possui vermelhidão, se a criança está reclamando que está doendo ou que está machucado, é para saber as causas dessas queixas”, explica.

Por vezes, o abusador está mais próximo da criança do que parece. Cabe aos adultos que vivem com ela perceberem sinais e mudanças de comportamento na presença de determinadas pessoas.

“Em situações que um abusador está mais presente, a criança começa a ficar mais agressiva na presença delas, com medo, ou quer ficar mais afastada, por isso é importante observar os comportamentos da criança”, relata.

Após confirmação de que a criança está sendo vítima de abuso sexual, uma denúncia pode ser realizada ao Conselho Tutelar, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) para atendimento psicossocial. Contudo, o mais importante é que a criança se sinta protegida por quem é responsável por ela, "precisa de todo um cuidado, para não fazer com que a criança se sinta pior nessas situações", ressalta a profissional.

A neuropsicóloga reforça que pais presentes no cotidiano da criança, desde perguntar o que ela fez hoje, até mesmo serem mais ativos em suas atividades, pode proteger o menor de que algo de ruim o aconteça.

“Evitar a sexualização infantil, a adultização infantil e a pornografia, também são maneiras de proteger a criança”, finaliza.

Se você perceber sinais na criança que podem revelar marcas de abuso, converse com a criança e procure um psicólogo de confiança. Pedofilia é crime.