Polícia

Falso policial aplica golpe acusando vítimas de pedofilia para extorsão

Foto: Gazeta Digital (GD)

Uma modalidade de golpe voltou a ser aplicada por criminosos. Um falso policial de Porto Alegre (RS), enviou mensagens para um homem de 49 anos, em Cuiabá, alegando que existia um boletim de ocorrência contra ele por exploração sexual de menores. Após pressioná-lo, o perfil falso tentava extorqui-lo.

A vítima, que prefere não se identificar por medo de represálias, também compareceu em uma delegacia para abrir um boletim de ocorrência. Segundo contou ao GD, uma jovem o chamou para conversar em seu perfil no Facebook.

Em dado momento, a jovem passou a fazer perguntas de cunho sexual e pediu para que ele enviasse fotos sem roupa. No entanto, ele questionou quantos anos tinha a jovem, que respondeu que tinha 15. O homem então parou de conversar com a menor.

Uma semana depois, no dia 11 de novembro, o golpista entrou em contato com a vítima. Ele se apresentou como um inspetor do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (DECA) do Rio Grande do Sul.

“Venho lhe informar sobre um boletim de ocorrência que foi feito contra o senhor na data de hoje por exploração sexual e pedofilia infantil artigo 241 inciso 122 do código penal brasileiro”, disse o inspetor. O detalhe é que o inciso 122 sequer existe no Código Penal.

Desconfiado do teor das mensagens, principalmente por não ter cometido o crime, a vítima passou a ignorar o inspetor. Contudo, o falso policial continuou mandando mensagens, áudios e ligando para o homem, na tentativa de amedrontá-lo para praticar a extorsão.

“Estou com os pais desta jovem aqui em nosso departamento aguardando por sua devida atenção”, disse em uma das mensagens. “Tem como entrar em contato para nós resolvermos isto da melhor forma possível para que a família do senhor não seja exposta nem a da jovem mais do que já foi”, continuou.

O golpista então enviou uma carteira da Polícia Civil para a vítima, novamente tentando pressioná-la. Na mensagem, ele se apresentou com um nome, mas no “documento”, estava escrito com outra grafia.

Segundo apurou a reportagem, consta neste nome diversos processos por falsificação ideológica, inclusive como jornalista. Uma reportagem do jornal Gaúcha Zero Hora de 2019 mostrou que esse tipo de golpe, na época, fez 50 vítimas. Usando carteira funcional fraudada, criminosos pressionam e ameaçam usar a polícia para chantagear vítimas.

Neste tipo de “golpe de nudes”, estelionatários usam perfil falso de uma mulher jovem para procurar homens entre 40 e 50 anos. Conforme a conversa avança, o golpista faz troca de imagens íntimas. De repente, outro perfil falso, dessa vez de um policial, entra em contato para ameaçar as vítimas, solicitando depósitos. 

Texto: Vitória Lopes/Gazeta Digital (GD)