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Funcionários dos Correios voltam ao trabalho, mas ficam em 'estado de greve'

Foto: Gazeta Digital (GD)

Os trabalhadores dos Correios decidiram retomar as atividades a partir desta quarta-feira (23), após um período de 36 dias de greve. A decisão foi tomada em assembleia geral. Apesar da retomada, os profissionais seguem em estado de greve.

A greve dos correios teve início depois que a empresa decidiu retirar de 70 dos 79 direitos assegurados em Acordo de Trabalho em 2019/2021. Eles também lutam por concurso e contra a venda da empresa.

Os direitos retirados representam um corte de 40% nos vencimentos da categoria, um valor significativo sobretudo no período de pandemia.

Na segunda-feira (21), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) realizou o julgamento que determinava a retomada das atividades. A categoria apontou que a Corte superior manteve de fora as cláusulas que garantiam ganhos financeiros. O TST fixou a reposição salarial em 2,6%, o que tem o potencial de recuperar a inflação.

De acordo com o presidente do sindicato, Edmar Leite, 'quem determina o fim da greve são os trabalhadores'. Ele também acrescentou que 'essa decisão foi tomada hoje, terça-feira. Voltamos de cabeça erguida e com a certeza que a luta continua. Vamos ficar atentos'.

No TST

O TST  considerou que o movimento grevista não foi abusivo, mas decidiu retirar os direitos econômicos e manter algumas cláusulas sociais.

A ministra relatora Kátia Arruda destacou em seu voto que houve intransigência dos Correios em aceitar os acordos anteriormente proposto.  

Ela votou para que todos os direitos fossem mantidos, mas acabou parcialmente vencida. “Os funcionários sinalizaram disposição em negociar, mas a estatal desde o início foi de absoluta resistência”, afirmou a ministra. 

Ela disse ainda que “houve uma patente conduta negativista para negociar por parte da empresa, eu com 30 anos na Justiça do Trabalho jamais tinha vivenciado uma conduta desta”.

Para Edmar Leite, a decisão do TST, já era esperada. “É uma justiça que trabalha contra os trabalhadores”.

Na avaliação do Edmar, apesar das perdas, o movimento dos trabalhadores foi vitorioso porque mostrou a força dos trabalhadores.  Apesar da pressão da empresa a adesão à greve foi mantida entre 75 a 80%.

Texto: Gazeta Digital (GD)