Polícia

Menino morto em Planalto descreve mãe como 'maravilhosa' em trabalho escolar

Foto: G1

A motivação da morte de Rafael Winques, de 11 anos, em Planalto, no Norte do Rio Grande do Sul, ainda é um mistério. Durante a investigação da Polícia Civil, foi encontrada uma tarefa escolar no quarto do menino, que a equipe da RBS TV teve acesso. No trabalho, ele precisava completar a frase "Minha mãe é...". Rafael escreveu: "Maravilhosa".

Segundo as autoridades, a mãe Alexandra Dougokenski disse em depoimentos que deu medicamentos ao filho. Ela alega que não teve a intenção de matá-lo. Após a morte, a mulher escondeu o corpo. Ela está presa no Presídio de Guaíba.

A polícia já ouviu os depoimentos de 30 pessoas durante a investigação. Em um vídeo, do último Dia das Mães, o menino declama: "A voz da minha mãe é muito amor e carinho. E foi essa voz que me fez sorrir pela primeira vez. As mãos de minha mãe são lisas como um sabão e macias como um algodão".

A promotora Michele Kufner diz que não sabe como a mãe, descrita como zelosa pela comunidade, pode ter cometido o crime. “Acredito que esse seja o questionamento que todas as pessoas estejam se fazendo neste momento”, afirma.

Rafael é citado como um bom aluno, tranquilo, que adorava brincar com o celular e o vídeo game.

“Guri esperto, sabido, não mexia, não incomodava ninguém”, comenta o pai, Rodrigo Winques. “Era um anjo”, acrescenta.

O caso

No dia 15 de maio, a mãe de Rafael, Alexandra Dougokenski, comunicou ao Conselho Tutelar que o filho teria desaparecido.

“Diversas pessoas se mobilizaram durante 10 dias procurando: colegas de escola, professores, amigos, conhecidos, familiares”, afirma a promotora.

A mãe chegou a dar uma entrevista à RBS TV dizendo que queria o filho de volta em casa.

“Tudo que a família quer é noticias do Rafael. É o Rafael em casa de novo. Porque tá todo mundo desesperado.”

As autoridades, no entanto, começaram a desconfiar do comportamento da mãe. “Chamava atenção, inclusive, o controle emocional que ela mantinha naquela situação”, acrescenta a promotora.

“A Alexandra em momento algum derrubou uma lágrima”, relata Jaqueline Souza Nesnerovicz, mãe do melhor amigo de Rafael.
Depois de algumas contradições, 10 dias após anunciar o desaparecimento, a mãe confessou que havia dado medicamentos ao filho. Segundo ela, ele estava agitado e, por isso, deu dois comprimidos de um remédio para controlar a ansiedade.

"Ela confessou pra nós, a princípio, que havia ministrado medicação em excesso e, depois de verificar que a criança não tinha mais sinais vitais, ela teria preparado aquela amarração pra carregar o corpo até o local em que deixou”, descreve o delegado Ercílio Carletti, que conduz a investigação em Planalto. Saiba mais.

Texto: G1