O procurador-geral de Justiça José Antônio Borges disse ver uma mudança “radical” na postura do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) em meio à pandemia da Covid-19.
Em entrevista ao MidiaNews, Borges lembrou que, tão logo surgiram os primeiros casos da doença, o Município adotou o isolamento social de forma bem dura, permitindo somente o funcionamento de atividades consideradas essenciais.
Agora, recorreu à Justiça na tentativa de barrar a “quarentena coletiva” imposta em Cuiabá e em Várzea Grande. O pedido foi negado pelo desembargador Rui Ramos, mas o prefeito fez um novo recurso.
“O prefeito mudou o discurso, daquela forma rigorosa que ele estava tratando. E sabe-se lá o porquê”, disse.
Agora ele diz que está preocupado com a economia. Acontece que a economia existe para pessoas vivas, não para pessoas mortas. Mortos não consomem nada.
“Ele estava sendo tão drástico, mas aí inverte o discurso anterior como se ninguém quisesse assumir a responsabilidade do ônus e como se a população não tivesse essa percepção do que está ocorrendo, esses movimentos políticos aí”, emendou.
Questionado se a postura de Emanuel teria ocorrido por temer eventuais desgastes junto à população, especialmente em função do processo eleitoral que se avizinha, o chefe do MPE resumiu: “Exatamente”.
O procurador, também, rebateu as alegações de Emanuel dando conta de que há, neste momento, uma preocupação com a economia da cidade.
Em entrevista na quarta-feira (24), o prefeito afirmou que a quarentena coletiva fará Cuiabá caminhar para um “colapso econômico e uma quebradeira generalizada”.
“Há uma mudança de postura radical. Agora ele diz que está preocupado com a economia. Acontece que a economia existe para pessoas vivas, não para pessoas mortas. Mortos não consomem nada”, concluiu o chefe do MPE, ao defender o isolamento mais rígido na cidade.