Política

MT gastou R$ 8 milhões com kit sem comprovação de cura da Covid

Foto: Mídia News

Mato Grosso voltou a ser destaque em uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo. Desta vez, em razão da aquisição de medicamentos como parte do chamado “Kit Covid”, sem que haja qualquer comprovação da eficácia dos remédios no combate ao novo coronavírus.

 

A matéria, exibida na noite deste domingo (9), diz que alguns gestores vêm “iludindo a população com remédios para piolho e malária”, além de técnicas para tratamento da Covid – sem comprovação científica – como é o caso da ozonioterapia.

 

Conforme a reportagem, o Governo de Mato Grosso já gastou R$ 8 milhões para distribuir esses kits entre os municípios mato-grossenses.

 

O Fantástico ainda expôs uma mudança de postura por parte do secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo (DEM), que, no início da pandemia, era radicalmente contra a distribuição dos remédios e hoje, conforme a reportagem, " comemora a distribuição massiva do kit".

 

“Temos 141 municípios no Estado, 90 já oficializaram o pedido [pelo kit]. Nenhum medicamento é entregue, senão previamente prescrito por médico”, disse o secretário à reportagem.

 

Mais adiante, foi reproduzida uma declaração de Gilberto durante uma live realizada no dia 20 de maio: “Não concordo com isso [distribuição do kit]. É algo nocivo à população. Vende a imagem de que é uma solução segura e não é”.

 

Ainda conforme o Fantástico, Mato Grosso está entre os Estados que menos testam para detectar o vírus e já tem mais de 2 mil mortos pela doença.

 

Ao final, a reportagem ainda trouxe um alerta do médico Drauzio Varella: “Políticos que nunca se interessaram em organizar o sistema de saúde, os leitos hospitalares e as UTIs, agora, diante de uma emergência como essa, entregam um saquinho à população e falam assim: ‘olha, quando você sentir os primeiros sintomas, tome esses remedinhos e você ficará bom”.

 

“Não há nenhum remédio que tenha ação contra o vírus. E os remédios tem efeitos colaterais. Você pode ficar pior com os remédios do que enfrentando a doença”, concluiu o médico.