Saúde

Número de infectados em MT pode chegar a 1 milhão, diz secretário

Foto: Mídia News

Governo faz pesquisa em 10 municípios para tentar quantificar pessoas que já tiveram a doença

O Governo do Estado deu início, na semana passada, a uma pesquisa para tentar quantificar quantos habitantes já foram infectados com a Covid-19 em Mato Grosso.

Apesar dos números oficiais apontarem, até domingo (20), 113.186 casos no Estado, de acordo com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo (DEM), o número real de acometidos pela doença pode ser até 10 vezes maior.

Em entrevista à Centro América FM, Figueiredo afirmou que a estimativa, apesar de alta, é possível uma vez que os números divulgados até então referem-se a pessoas que buscaram atendimento em alguma unidade de saúde.

“A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que entre 8 a 10 vezes [o dado divulgado] deve ser o número correto. Ou seja, se temos em Mato Grosso em torno de 110 mil casos, é muito provável que já tenhamos de 800 mil a 1 milhão o número de cidadãos infectados”, afirmou.

Conforme o secretário, o resultado da pesquisa poderá ajudar o Executivo a planejar melhor os próximos passos a serem tomados no Estado, uma vez que mostrará a soroprevalência da Covid em Mato Grosso.

“Para trocar em miúdos, queremos saber quantos por cento da nossa população já teve contato com o coronavírus, já teria adquirido a imunidade, para que possamos entender como é que está essa imunidade em rebanho no nosso Estado”, explicou.

A pesquisa por amostragem – chamada de inquérito soroepidemiológico – deve testar 4,5 mil pessoas em 10 municípios de diferentes regiões do Estado: Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Sinop, Barra do Garças, Tangará da Serra, Rondonópolis, Água Boa, Juína e Alta Floresta. O teste será feito a partir da coleta de sangue dos moradores das casas sorteadas.

Resultado

Segundo Figueiredo, a pasta deverá ter o resultado da pesquisa no final deste mês e, com isso, poderá tomar decisões estratégicas, como o manejo ou desligamento de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que hoje são exclusivos para pacientes com Covid, a fim de possibilitar o uso para outras especialidades.

O secretário ressaltou que a doença consome um recurso substancial do poder público nas três esferas (municipal, estadual e federal), seja para manutenção dos leitos de UTI quanto para os leitos de enfermaria.

“Hoje, temos 445 leitos de UTI-Covid cativos, neste momento, com recursos públicos em Mato Grosso. Cada leito desses tem um custo mínimo mensal de R$ 600 mil”, explicou. Saiba mais.

Texto: Lislaine dos Anjos/Mídia News