Polícia

Operação da PF apreendeu 54 imóveis avaliados em R$ 230 milhões

Foto: Mídia News

Apenas em Mato Grosso, bens sequestrados por ordem judicial somam R$ 38,9 milhões

O grupo alvo da Operação Status, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira (11), possuía mais de R$ 230 milhões em imóveis, automóveis, embarcações e aeronaves, segundo apontam as investigações.

A organização é acusada de lavar dinheiro do tráfico de cocaína por meio de empresas “laranjas” e de fachada, entre elas construtoras que nunca executaram obras, administradora de imóveis, fazendas e garagens de veículos de luxo.

Foram alvos de sequestro de bens 54 imóveis - entre eles duas fazendas - em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Paraguai, que juntos estão avaliados em pouco mais de R$ 210 milhões.

Apenas em Mato Grosso, foram cinco imóveis apreendidos em Cuiabá e Chapada dos Guimarães (a 65 km da Capital), com valores estimados em R$ 23,5 milhões, e duas fazendas em Barra do Garças (a 512 km de Cuiabá), que juntas valem aproximadamente R$ 15,4 milhões.

Já em Mato Grosso do Sul, a Polícia Federal encontrou 37 imóveis que pertenceriam à organização criminosa, sendo 26 deles em Campo Grande, que juntos estão avaliados em R$ 16 milhões, e 11 em Ponta Porã, cujo valor estimado é de R$ 6,05 milhões.

No Paraguai, foram sequestrados 10 imóveis, avaliados em US$ 30 milhões, que convertidos chegam a R$ 150 milhões.

Conforme o levantamento da PF, os automóveis, embarcações e aeronaves que foram apreendidos na operação somam R$ 20 milhões.

Imóveis em MT

Em Mato Grosso, entre os bens apreendidos estão a Pousada Paraíso, localizada no Lago do Manso (leia mais AQUI) e a concessionária Classe A Motors, na Avenida Fernando Corrêa da Costa – que pertenceriam ao empresário Tairone Conde Costa, um dos alvos da operação.

Usada como fonte de lazer pelo empresário e por pessoas próximas à família, segundo a PF, a pousada estava registrada em nome de uma das investigadas, que seria a “testa de ferro” ou responsável formal por diversas empresas geridas pelo grupo no Mato Grosso.

Conforme as investigações, o local estaria inserido no ramo da hotelaria, mas nunca teria explorado a atividade.

Além disso, a PF ainda detalha a apreensão de duas fazendas próximo a Barra do Garças, que estariam registradas em nome de um dos funcionários da organização criminosa e cuja área somada é de quase 2 mil hectares.

Operação Status

A Operação Status cumpriu oito mandados de prisão preventiva e 42 mandados de busca e apreensão. A ordens judiciais foram expedidas pela  5ª Vara Federal em Campo Grande. 

O esquema criminoso investigado tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, dentre as quais havia construtoras, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo, dentre outras. 

A estrutura, especializada na lavagem de grandes volumes de valores ilícitos, também contava com uma rede de doleiros sediados no Paraguai, com operadores em cidades brasileiras como Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro. 

A operação foi batizada de “Status” em alusão à ostentação de alto padrão de vida mantida pelos líderes da organização criminosa, com participações em eventos de arrancadas com veículos esportivos de alto luxo, contratação de artistas famosos para eventos pessoais e residências de luxo.

Texto: Lislaine dos Anjos/Mídia News