Polícia

Pai de garota que atirou diz que foi ameaçado por tio de Isabele

O empresário Marcelo Cestari, pai da adolescente que segurava a arma de onde saiu o tiro que matou Isabele Guimarães Ramos, registrou no último dia 15 um boletim de ocorrência contra um tio da vítima acusando-o de ameaça.

Conforme o boletim de ocorrência, Cestari diz ter visto o tio da menina, Giovani Soares Ramos Júnior, por volta das 20 horas, filmando a fachada de sua casa, no condomínio Alphaville.

De acordo com o relato, ao ser questionado por Cestari o que estaria fazendo, o familiar de Isabele teria dito: “Não falo com assassino. Entra para dentro que eu não falo com assassino. Vou acabar com você”.

Marcelo estava acompanhado do filho menor, de um homem e do advogado Rodrigo Pouso, que disse ao tio da menina que ele estava filmando uma residência particular, segundo o documento.

Diante disso, o parente de Isabele teria se exaltado e sugerido resolver o problema “na porrada”, consta no B.O.. No dia seguinte, 16 de agosto, o empresário registrou a ocorrência na Polícia Civil.

Toda a ação foi filmada por câmeras de segurança da casa de Cestari e do próprio condomínio. Isabele morreu no dia 12 de julho com um tiro no rosto disparado por uma arma que era segurada pela melhor amiga.

O caso aconteceu na residência do empresário.

Perícia

À Polícia, a adolescente que atirou disse que foi em busca da amiga no banheiro do seu quarto levando em mãos duas armas.

Em determinado momento, as armas, que estavam em um case, caíram no chão. “A declarante abaixou para pegar os objetos, tendo empunhado uma das armas com a mão direita e equilibrado a outra com a mão esquerda em cima do case que estava aberto", revelou a menor em depoimento.

"Que em decorrência disso, sentiu um certo desequilíbrio ao segurar o case com uma mão, ainda contendo uma arma, e a outra arma na mão direita, gerando o reflexo de colocar uma arma sobre a outra, buscando estabilidade, já em pé. Neste momento houve o disparo", acrescentou.

A perícia de necropsia, produzida pelo Instituto de Medicina Legal (IML), apontou que o disparo foi realizado no rosto da adolescente, a curta distância, e causou traumatismo crânio-encefálico.   

O exame ainda concluiu que o tiro foi dado de dentro de banheiro, o que contraria a versão da menor.

Texto: Bianca Fujimori/Mídia News