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PF levou mais de 3 anos para desarticular quadrilha de traficantes em MT

Foto: Diário de Cuiabá

Integrantes do bando ostentavam luxo e sinais de poder

A Polícia Federal não teve pressa. Levou mais de três anos numa investigação, guardada com muito sigilo, para derrubar uma bem organizada quadrilha de traficantes e "laranjas", todos milionários.

E foi justamente a ostentação de luxo, de riqueza e de poder que levaram os bandidos à "falência".

As investigações culminaram com a Operação Status", deflagrada pela PF na manhã de sexta-feira (11).

Um evento realizado em 2017 contou com um show exclusivo da dupla sertaneja Bruno & Marrone, na luxuosa “Pousada Paraíso”, na região do Lago do Manso, a 100 km de Cuiabá, no Município de Chapada dos Guimarães..

As imagens da festa fazem parte do inquérito que culminou na operação. No registro, é possível ver várias pessoas bebendo uísque importado, enquanto curtiam a apresentação dos astros sertanejos.

Festas com convidados selecionados a dedo, embaladas com a contratação de cantores famosos, faziam parte da ostentação, observada e filmada pelos policiais federais.

Numa delas, os cantores sertanejos Bruno e Marrone se apresentaram para um plateia seleta, na pousada.

A contratação da dupla foi feita para marcar o aniversário do empresário Tairone Conde, dono da concessionária de carros de luxo  “Classe A Motors”, localizada na Avenida Fernando Correa, no Coxipó.

Infiltrados, os policiais filmaram a festa e a ostentação. Nos arredores da pousada, eram vistos carros de luxos do empresário aniversariante e de seus ilustres convidados.

Carros avaliados em até R$ 300 mil. Essa filmagem hoje faz parte do inquérito instaurado pela PF.

E, sem pressa, os policiais federais também filmaram, como prova e materialização dos crimes e da ostentação, fazendas localizadas no município de Barra de Garças (509 km a Leste de Cuiabá).

Os imóveis rurais do empresário, segundo a PF, foram avaliados em R$ 10,5 milhões.

O empresário teve todos os seus bens sequestrados pela Polícia,

MANDADOS - Em Mato Grosso, além de Barra do Garças e Cuiabá, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no município de Primavera do Leste (240 km ao Sul da Capital).

Nas investigações, a Polícia Federal, segundo o delegado Lucas Vilela, descobriu que o esquema criminoso tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de cocaína.

Os traficantes usavam empresas de fachadas como “laranjas”, inclusive construtoras, administradoras de imóveis e lojas de compra e venda de veículos de luxo.

Entre as investigações e as diligências, foram foram sequestrados mais de R$ 230 milhões em patrimônio dos grupos criminosos, no Brasil e no Paraguai.

Só no Brasil, segundo a PF, estão sendo sequestrados e apreendidos 42 imóveis, duas fazendas, 75 veículos, embarcações e aeronaves, cujos valores somados atingem R$ 80 milhões em patrimônio adquirido pelos líderes da organização criminosa.

DOLEIROS - A organização criminoso, citada como muito bem estruturada, também era especializada na lavagem de grandes volumes de valores ilícitos.

Na estrutura, estavam as figuras de conhecidos doleiros, com redes instaladas no Paraguai.

De lá, os operadores controlavam as movimentações financeiras em cidades cidades brasileiras como Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.

A AÇÃO - A operação foi batizada de desencadeada na manhã de sexta-feira e recebeu o nome de “Status” em alusão à ostentação de alto padrão de vida mantida pelos líderes da organização criminosa.

Seus integrantes tinham constantes participações em grande eventos, como arrancadas com veículos esportivos de alto luxo, contratação de artistas famosos para eventos pessoais e mansões de alto luxo.

A Polícia Federal segue com as investigações e apura se ainda existem outras pessoas envolvidas com o grupo criminoso.

Texto: Diário de Cuiabá