Polícia

Polícia prende mulher suspeita de negociar 'compra' de bebê pela internet

Foto: PJC/Assessoria da Polícia Judiciária Civil

Menos de 24 horas após a localização do bebê de um mês de idade, vítima de um esquema de “Adoção à Brasileira”, a mulher que ficaria com a criança foi presa pela Polícia Civil. Ela foi interrogada na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), apresentando a sua versão dos fatos.

A suspeita estava acompanhada de advogado e foi autuada em flagrante pelos crimes de parto suposto, subtração ou alteração de direito de recém-nascido e abandono de incapaz, uma vez que abandonou a criança quando soube que estava sendo investigada. Durante o interrogatório, ela confessou os fatos, porém negou que fosse negociar a criança na Bolívia.  

Segundo as declarações da investigada, ela  conheceu a mãe do bebê em um grupo de uma rede social da internet. Na ocasião, a gestante, moradora do estado de São Paulo, fez uma postagem dizendo que estava grávida de aproximadamente três meses e que tinha a intenção de abortar ou doar o filho.

A partir da publicação, a investigada fez contato com a mãe biológica da criança, oferecendo que ela viesse para Cuiabá, onde lhe daria um lugar para morar e pagaria todas as despesas com o parto e pré-natal.  A mulher que estava grávida, que é deficiente auditiva e possui uma filha de 10 anos de idade, aceitou a proposta e veio ter o filho em Cuiabá, para posteriormente entregar para a suspeita.

Durante toda a gravidez, a gestante utilizou os documentos da investigada para fazer os exames necessários, assim como entregou a identidade da suspeita no hospital no momento do parto. A entrega da criança ocorreu em frente ao hospital assim que a mãe biológica teve alta.  Após a entrega, a suspeita pagou as passagens para que a mãe da criança e a sua filha de 10 anos voltassem para São Paulo.

Após o interrogatório, a suspeita foi autuada em flagrante e posteriormente encaminhada para audiência de custódia. Segundo o delegado, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, as investigações seguem em andamento pela equipe da GCCO e da Delegacia Especializada dos Direitos e Defesa da Criança e Adolescente.

“É uma situação grave e por isso todas as circunstancias devem ser apuradas, para verificação do envolvimento de outras pessoas, assim como a prática de outros crimes”, disse o delegado.