A confirmação de casos da influenza H3N2 em Cuiabá provoca corrida aos postos de saúde em busca da vacina contra a gripe, que foi deixada de lado por parte da população durante a pandemia. Apesar do imunizante disponível não apresentar proteção contra a cepa identificada como Darwin/H3N2, em alguns postos de saúde a procura aumentou mais de 50% e, em alguns deles, já não há mais doses.

Na Capital já são 7 casos de H3N2 confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde e outros dois em investigação. Segundo a Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, não há surto da doença e nem casos graves. Em Várzea Grande, haviam 4 casos suspeitos, mas todos já foram descartados.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que até o momento não há notificações de H3N2, mas aponta que a questão pode estar ligada às dificuldades que os municípios estão tendo em acessar o sistema do Ministério da Saúde, após a invasão de hacker.

Médicos explicam que mesmo sem a proteção contra a Darwin/H3N2, a imunização é importante para evitar o desenvolvimento de casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e a circulação de outros vírus.

Especialistas afirmam que o aumento dos casos de influenza neste mês é incomum e pode estar associado à baixa cobertura vacinal e à flexibilização das medidas de restrição que inclui o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social. Cuiabá e Várzea Grande têm cobertura vacinal de 75% e 80%, respectivamente, enquanto o recomendado é de 90%.

Médico infectologista Wilian Benedito Proença explica que a vacinação contra a influenza deve continuar e apesar do imunizante atual não ser eficaz contra a mutação do vírus, evita que outras cepas passem a circular e acabem sobrecarregando o sistema de saúde. “A vacina atual protege contra outras variantes que também podem causar casos graves”.

O especialista ressalta ainda que tão importante quanto a vacinação, está ainda a manutenção do hábito do uso de máscaras e das medidas de biossegurança reforçadas durante toda pandemia. As medidas auxiliam na não propagação da nova mutação, assim como qualquer outro tipo de vírus.

Clínico Geral Omar César dos Santos afirma que frente à pandemia da covid-19, que ainda vivemos, é importante que as pessoas procurem as unidades para atendimento. Ele ressalta que entre os sintomas principais que as pessoas estão apresentando e que podem ser confundidos com a covid estão febre, diarreia, fraqueza e mialgia. “São muito parecidos e, por vezes, são necessários exames para descartar a covid”.

Foi o que aconteceu com Camila Limeira, 25, que mora no bairro Bela Vista. Ela teve os sintomas há cerca de duas semanas e pensou que estivesse com covid, mas após exames a suspeita foi descartada. “Fiz todos os testes, mas era apenas gripe mesmo. Assim que melhorei fui me vacinar”.