Pecuaristas de Mato Grosso realizaram protesto em frente ao Banco Bradesco, nesta segunda-feira (3). Em Cuiabá, um vídeo mostra o Sindicato Rural servindo churrasco à quem passava em frente a agência do rua Barão de Melgaço em defesa da segunda com carne, um contra-ataque à “segunda sem carne” defendida pelo banco.

O movimento do setor é uma resposta à propaganda do banco com influenciadores digitais que propunha uma segunda-feira sem carne no país. “Quem experimentou sabe que a melhor carne é de Mato Grosso, é do Brasil. À carne, à pecuária brasileira, o nosso carinho. Nosso muito obrigado às pessoas que estão participando desse protesto à nota do marketing do Bradesco. Aqui vai nossa segunda com a carne. Segunda, terça, quarta, quinta”, diz o locutor durante a manifestação.

O presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e diretor do Sindicato Rural, Jorge Pires, foi questionado sobre a razão pela qual o estado é o maior produtor de carne e mesmo assim pessoas passam forme e esperam por doações de ossos. A respeito disso, ele disse que o setor também se envergonha da situação, mas justifica que se não fosse a produção pecuária comer seria muito mais caro ao consumidor.

“Isso é uma questão de política governamental, não podemos ser responsabilizados. Tenho escutado muito isso, como pode um estado que produz tanto ter fila do ossinho. Mas isso é uma questão política, de melhorar a renda da população. Se não tivéssemos a produtividade que a pecuária tem no Brasil e no mundo a carne seria muito mais cara”, argumentou o produtor.

Segundo ele, o Brasil exporta apenas 25% da carne e os outros 75% são para consumo interno. “O que foi dito não é verdade. O setor não tem essa contribuição para o aquecimento global. Isso é uma inverdade. Outra coisa, por que somos taxados como vilões, se o setor é o que mais traz alegria para o Brasil? Isso é uma propaganda muito negativa para nós, o Bradesco por ajudar muito na diminuição do efeito estufa. É uma entidade que tem forte participação na economia e poderia estar financiando outros projetos de combate ao efeito”, declarou o diretor do sindicato.

O deputado Gilberto Cattani (PSL) participou do ato em Cuiabá e manifestou sua defesa em rede social. “Nós temos o maior rebanho bovino do país e uma responsabilidade enorme de alimentar o planeta, por isso não podemos admitir ações que denigram o trabalho da pecuária brasileira”, escreveu.

O ato também foi realizado em Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), Porto Alegre do Norte (1.125 km a Nordeste), Sinop (500 km ao Norte), Paranatinga (373 ao Sul), Rondonópolis (215 km ao Sul) e diversas outras cidades mato-grossenses e do Brasil.

“Mais do que contestar o que falam, estaremos levando informação. Vamos mostrar à população a relevância da pecuária, que está presente em quase 100% dos municípios do Brasil”, afirmou a presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Ida Beatriz Machado, em rede social.

Em Cuiabá, o ato contou com organização do Sindicato Rural e apoio da Acrimat, Nelore Mato Grosso e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu.