Polícia

Psiquiatra recomenda tratamento vitalício para homem que arrancou coração da tia em Sorriso

Foto: Portal Sorriso

A juíza da 1ª Vara Criminal de Sorriso, Emanuelle Chiaradia Navarro Mano, recebeu o laudo técnico da perícia feita pela psiquiatra Luana Peres Frick, da Politec de Cuiabá, referente ao caso do assassino confesso Lumar Costa da Silva, que matou e arrancou o coração da tia dele, Maria Zélia, de 55 anos de idade, no dia 2 de julho de 2019, em Sorriso. 

No laudo, emitido no último dia 22 deste mês, consta que Lumar tem insanidade mental e que ele não possui a menor condição de convívio em sociedade. Por isso, a psiquiatra recomenda que o acusado seja encaminhado imediatamente para tratamento psiquiátrico vitalício após ele ser constado com a seguinte síndrome: transtorno afetivo bipolar. 

Lumar foi submetido a exame de insanidade mental por cerca de duas horas e meia em Cuiabá, no dia 26 de novembro de 2019. O pai do acusado, Gilmar Costa da Silva, foi ouvido e, segundo ele, seu filho foi uma criança e um adolescente introspectivo, mas sem problemas com aprendizado. 

Lumar declarou que durante a infância ele foi agredido verbalmente e fisicamente, principalmente pela mãe dele. Ele alega que sua genitora batia a cabeça dele na parede, principalmente nos momentos do banho e o ofendia ao dizer que "ele não era ser humano", "que ele não prestava". 

Nas declarações feita pelo Lumar durante o exame, ele declarou que quando residia em Sorriso "sentia bastante euforia"; "que dançava por cerca de 3 horas seguidas"; "que andava por horas sem se sentir cansado"; "tinha insônia e alucinações". 

Ele também declarou que disse "escutar vozes do universo que diziam que ele era uma pessoa escolhida"; que "tinha delírios"; que "era alguém de super poderes e escolhido por Deus". Lumar também falou que tinha alterações de humor, que estava irritado e brigava com todas as pessoas do trabalho e, por isso, acabou sendo demitido. 

Disse, ainda, que tinha relações sexuais por até 5 horas consecutivas. Ele relatou que no dia do crime estava sob efeito do entorpecente LSD e "não tinha noção do que era realidade e do que era fantasia". 

O assassinato ocorreu no bairro Vila Bela, em Sorriso. Lumar morava em São Paulo e veio para Sorriso após um desentendimento com a mãe. Ele foi acolhido pela tia Maria Zélia. Ao descobrir que Lumar era usuário de drogas, a tia pediu para o sobrinho sair da casa. Lumar foi morar numa quitinete, mas voltou e cometeu o crime. 

Além do homicídio, ele furtou R$ 800 da tia, provenientes de aluguel. E ainda levou o coração de Zélia para a prima, filha da vítima. Roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, uma menina de 7 anos. Com o carro ele bateu numa subestação de energia tentando incendiar o local. 

Lumar foi preso e transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, o Ferrugem, em Sinop, onde segue detido. Agora, cabe à Justiça definir se o acusado deixará a prisão para ser transferido para uma unidade de atendimento psiquiátrico.