Polícia

Sorriso: advogado aponta que policial só não matou vítima por falta de munição; mulher passa por cirurgia

Foto: Portal Sorriso

A diarista Elizângela Moraes, de 44 anos, foi submetida, ontem, a procedimento cirúrgico de reconstrução maxilar por cerca de 5 horas no Hospital Regional de Sorriso (HRS), onde segue internada após ser alvejada no rosto por um policial militar. Segundo os advogados de defesa, após atirar contra a vítima, o acusado continuou disparando, mas a munição havia acabado e apenas por isso a mulher não foi assassinada. Eles informaram que os dois militares envolvidos no caso foram indiciados por tentativa de homicídio.

A vítima teve o rosto dilacerado pelo tiro. Antes de ser alvejada, ela foi agredida por outro policial quando estava sentada em um banco público à espera de um motorista por aplicativo. Os soldados Ezio Sousa Dias e Webert Batista Ribeiro, ambos de 30 anos, seguem detidos.

Ontem, foi feita a cirurgia de construção em Elizângela, mas a bala – que entrou pelo direito do seu rosto – ainda alojada na nuca. De acordo com o advogado Danilo Militão de Freitas, o estado de saúde dela é estável. “Ocorreu tudo bem com a cirurgia, mas os médicos mantiveram a posição de não retirar o projetil alojado em virtude dos riscos de saúde. Foram implantadas placas”.

Temporariamente, a diarista precisa se resguardar da fala e deve evitar alguns movimentos durante o pós-cirúrgico. Não há previsão de alta médica. “Ela ainda sente muitas dores, está sendo sedada”, disse o advogado.

Depoimento do namorado

O advogado Gilvani Leal frisou, nesta manhã, que no depoimento do namorado de Elizângela consta que foram ouvidos outros cliques da arma. “O policial continuou atirando só não executou a mulher porque acabou a munição”. Foi utilizado pelo policial um revólver 357 com munição de calibre 38. “Ele acionou o armamento, mas não havia mais munição”.

Ainda segundo o advogado, há depoimentos de testemunhas que apontam que os soldados se apresentaram como policiais durante a confusão em um bar da cidade. “Existe a possibilidade de o estado responder. A vítima pediu para ser ouvida novamente. Ela relatou que foi uma agressão gratuita e que no momento que o soldado Ezio se aproxima com a arma ele pede ‘pelo amor de Deus, não atira, não me mata’”.

A denúncia será encaminhada ao Ministério Público. Os advogados esperam que o homicídio tentado tenham como qualificadoras o recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil.

Elizangela estava com o namorado quando presenciou uma suposta confusão causada pelos policiais em um bar, no dia 17 deste mês. Em seguida, os dois foram para um ponto de ônibus quando foram agredidos supostamente pelo soldado Ribeiro. As imagens de uma câmera de segurança filmaram o momento em que a mulher foi alvejada supostamente por Ezio. 

A Corregedoria-Geral da Polícia Militar abriu dois procedimentos para apurar as condutas dos dois policiais. Ambos poderão ser expulsos da corporação.

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