Polícia

Sorriso: soldado nega que tenha atirado em mulher enquanto outro PM se mantém em silêncio

Foto: Portal Sorriso

Os policiais envolvidos no caso de tentativa de homicídio da diarista Elizângela Moraes, de 44 anos, seguem detidos no quartel da Polícia Militar de Sorriso. Pela primeira vez, a defesa dos acusados se pronunciou à imprensa. Segundo o advogado informou na quarta-feira (29), durante segundo depoimento, o soldado Webert Batista Ribeiro negou que tenha atirado contra a vítima. Já o policial Ezio Sousa Dias se mantém em silêncio.

Conforme o advogado de defesa dos policiais, Carlos Koch, todos os procedimentos legais estão sendo executados. Os dois policiais seguem presos no quartel conforme prerrogativa profissional.

Em virtude de inconsistências no primeiro depoimento do soldado Webert, segundo o advogado foi requerido, por meio de petição escrita à autoridade policial, para que o soldado prestasse novas informações sobre o caso. “O indiciado assume que esteve no local, mas negou que em momento algum desferiu tiro contra a vítima. Em nenhum momento ele sabia ou autorizou que terceiro efetuasse qualquer disparo. Mas, por outro lado, não podemos cercear os indiciados da ampla da defesa, de exercer o contraditório de um devido processo legal. Ninguém pode ser julgado sumariamente porque temos o princípio da presunção da inocência”.

Ezio Sousa Dias se resguardou ao direito constitucional de se manter em silêncio desde o primeiro depoimento prestado na delegacia de Polícia. Tal conduta se manteve e o policial nada falou sobre o que motivou o crime. “Sobre ele, a defesa se manifestará sobre o mérito da acusação no transcorrer de eventual processo criminal. Eles estavam no bar e não representavam a Polícia Militar. O soldado Webert estava afastado e Ezio de férias”, disse o advogado.

Ainda em depoimento, Webert disse que houve confusão no bar após encontrar um conhecido traficante de drogas em Sorriso. Após sair do bar, ele alegou que houve xingamento contra ele quando, acompanhado de Ezio, passou pelo ponto de ônibus onde estava Elizângela e o namorado. “Ele revidou a injusta provocação por parte da vítima. Mas ele não atirou na vítima”, concluiu o advogado de defesa.

Na segunda-feira,  Elizângela foi submetida a procedimento cirúrgico de reconstrução maxilar por cerca de 5 horas no Hospital Regional de Sorriso (HRS), onde segue internada após ser alvejada no rosto. Segundo os advogados de defesa, após atirar contra a vítima, o acusado continuou disparando, mas a munição havia acabado e apenas por isso a mulher não foi assassinada.