Polícia

Testemunha: “Casal tinha pacto de morte em caso de traição”

Uma testemunha no inquérito sobre a morte do empresário Toni da Silva Flor, ocorrido em agosto do ano passado em Cuiabá, revelou em depoimento à Polícia Civil que ele a esposa Ana Cláudia Flor, presa pelo crime, tinham um "pacto de morte" em caso de traição.

No documento consta que a testemunha - cujo nome não será revelado - e o seu marido eram muito amigos de Ana e Toni, realizando inclusive encontros semanais. O casal teria um relacionamento bastante conturbado, marcado por muitas brigas, assim como idas e vindas. 

A amiga do casal certa vez teria sido procurada por uma conhecida, que sabendo do seu envolvimento com eles, lhe confidenciou um segredo. Igor Espinosa - preso pela acusação de ser o executor do crime - havia sido visto em uma festa vangloriando-se de ter matado um lutador de jiu-jitsu, que, se soube depois, seria Toni.

Ele alegou que ainda que o crime havia sido encomendado pela viúva da vítima, que apanhava com frequência. Na ocasião, Igor teria mostrado fotos de Ana Cláudia com hematomas e dito que aceitou o "serviço" sensibilizado com a situação da suspeita. 

Dias antes do homicídio, Toni teria contado ao marido da testemunha suas intenções de se divorciar de Ana Cláudia. Ele havia conhecido outra mulher, com quem passou a manter um relacionamento extraconjugal. 

Essa relação teria chegado aos ouvidos da suspeita pela própria vítima, que confessou a traição, além de ter manifestado o interesse de se divorciar. 

Para a amiga, Ana Cláudia contou - antes mesmo do assassinato do marido - que os dois tinham um pacto. O acordo previa que um não poderia trair o outro. Caso isso acontecesse, a pessoa traída poderia matar o traidor. 

A suspeita confidenciou ainda que o casal cogitou registrar esse acordo em cartório. Após o assassinato do marido, Ana Cláudia teria retomado o assunto várias vezes com a amiga. 

Relembre o caso

O empresário foi assassinado no dia 11 de agosto de 2020 enquanto chegava para malhar na academia. 

O atirador o aguardava na frente do local e realizou os disparos assim que a vítima desceu do seu carro. Quatro dos cinco tiros acertaram-no. 

Ao todo cinco pessoas foram presas pelo assassinato da vítima, em três diferentes fases da Operação Capciosa. O primeiro deles foi Igor Espinosa - o executor de Toni. Já na segunda fase outros três envolvidos: Ana Cláudia de Souza Oliveira Flor - viúva da vítima apontada como a mandante -, e os intermediários Wellington Honoria Albino e Dieliton Mota da Silva. 

Na terceira fase foi presa a “peça que faltava” o elo de ligação entre a mandante dos crimes e os intermediários: Ediane Aparecida da Cruz Silva, manicure e amiga da vítima.