Polícia

Traficantes soltos pouco depois de presos voltam à cadeia em MT

A Justiça Federal decretou a prisão preventiva de dois homens suspeitos de transportarem cerca de 320 kg de drogas, entre cocaína e maconha, em Porto Esperidião, a 358 km de Cuiabá, na região de fronteira entre o Brasil e a Bolívia. A carga de entorpecentes estaria avaliada em mais de R$ 6 milhões, segundo estimativas.

A decisão para retorno deles à cadeia foi assinada pelo juiz Francisco Antonio de Moura Junior, nesta segunda-feira (8). De acordo com o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), os suspeitos foram presos no domingo (7), durante a Operação Protetor das Fronteiras e Divisas e a Operação Ágata, mas, foram liberados horas depois após um juiz de plantão conceder liberdade provisória aos investigados.

Consta na decisão do fim de semana que os suspeitos levariam a droga para Mirassol D’Oeste, a 329 km de Cuiabá. De acordo com o documento, eles foram soltos porque nasceram em Mato Grosso e são moradores de zona rural. Além disso, o juiz levou em consideração o fato dos investigados não terem violentado e nem ameaçado ninguém.

“O fato de serem naturais de Mato Grosso é um elemento favorável à liberdade dos nacionais, já que indicam não terem intenção de serem criminosos, mas quiseram aproveitar oportunidade de dinheiro fácil, já que, ao que tudo indica, são pobres e residem na fronteira com o maior produtor de uma das drogas recreativas mais usadas no mundo, a cocaína”, diz trecho da decisão.

Segundo a Polícia Federal, os homens têm antecedentes criminais por tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas, lesão corporal e homicídio. A decisão do juiz plantonista chegou gerar revolta no governador do estado, Mauro Mendes (UB), que desabafou falando sobre a sensação de ‘enxugar gelo’ com os muitos investimentos na segurança pública, o risco envolvido aos agentes e o final da história com a frouxidão do Judiciário.