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Unidade estadual de transplantes realizou mais de 250 doações de córneas em Mato Grosso

A central de transplante da secretaria estadual de Saúde mediu a captação de 253 córneas para doação, entre janeiro e novembro deste ano. Desse total, 184 córneas foram captadas com apoio do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da pasta. O transplante proporcionou qualidade de vida a 219 pacientes do Estado que agora conseguem enxergar melhor. Os pacientes que receberam córneas doadas em 2023 fazem o acompanhamento pós cirurgia no Hospital dos Olhos, Instituo da Visão (Visionare) e Centro Cuiabano de Excelência em Oftalmologia (Visão), unidades habilitadas e contratualizadas pela secretaria. 

Para o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, o número de córneas doadas evidencia a grandiosidade do SUS no processo de salvar vidas. “Vemos a importância do SUS desde o trabalho dos profissionais na sensibilização da família do potencial doador, até a conclusão do processo de doação. A SES investe na qualificação dos profissionais desta área, para que outras pessoas tenham a chance de sobreviver através de um gesto tão nobre como a doação”.

De janeiro a novembro deste ano, foram realizadas sete captações de órgãos em Mato Grosso. As doações beneficiaram 17 pacientes de Mato Grosso, São Paulo, Pernambuco, do Acre, Paraná e Distrito Federal. “Trabalhamos diuturnamente para desmistificar a temática. Entendemos a importância do diálogo nesse processo, por isso estamos investindo na criação das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes dentro dos hospitais públicos e privados do Estado. Essas comissões são responsáveis pela entrevista familiar e pelas orientações quanto ao processo de doação”, afirmou a secretária adjunta de Regulação da pasta, Fabiana Bardi.

Conforme explicou a coordenadora da central estadual de transplante, Anita Ricarda da Silva, existem dois tipos de doadores, vivos e já falecidos, sendo este último realizado somente com a autorização da família, etapa que causa morosidade à doação e, consequentemente, ao transplante. “Por isso, é imprescindível a sensibilização de toda a sociedade sobre o assunto. Uma rede de apoio estruturada e uma família sensível à causa permite vida nova para outras pessoas que sofrem a angustia da espera”.

Os doadores falecidos são pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de lesões cerebrais, como traumatismos cranianos ou AVC (derrame cerebral). O falecido pode doar coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas (que são tecidos), veias, ossos e tendões. 

A coordenadora ainda destacou que o doador precisa manifestar em vida, para a família, o desejo de ser doador. Já o doador vivo pode ser qualquer pessoa saudável que concorde com a doação. O doador vivo pode doar parte da medula óssea – que é tecido -, parte do rim, parte do fígado e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes podem doar somente com autorização judicial.

O único cadastro de doadores existente no Brasil é o Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), realizado nos hemocentros públicos. Pessoas com mais de 18 anos podem se cadastrar como doadores voluntários de medula óssea na sede do MT Hemocentro, em Cuiabá.

O Brasil é referência mundial em transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos do país são financiados pelo SUS. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgias, acompanhamento e medicamentos pós-transplante, pela Rede Pública de Saúde.

Redação Só Notícias (foto: assessoria)