Polícia

Vítima de feminicídio estava separada há seis meses e recebia ameaças do ex-marido

Ana Paula Batista, de 40 anos, morta pelo ex-marido Roberto Epifanio, proprietário de um ‘espetinho’, na região do Pedra 90, em Cuiabá, estaria há cerca de seis meses separada depois da suspeita de abusos cometido por ele contra suas filhas. Também foi assasinado Sebastião da Silva, 38 anos.

Conforme as investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), durante o período de separação, Roberto buscava manter contato com Ana Paula por meio de prestação de serviço. “Como ele é dono de um espetinho no Pedra 90, ele combinava com a vítima para ela preparar os acompanhamentos. Arroz, farofa, mandioca. Segundo relatos de familiares, essa era uma forma dele manter contato permanente com a vítima”, explicou o delegado Marcel Gomes, que preside inquérito.

Roberto, que demonstrava ter um comportamento amigável, mudou a postura ao descobrir que a ex-esposa estaria em um novo relacionamento. “As coisas começaram a vir para o lado da violência a partir do momento que a vítima inicia um relacionamento com Sebastião. Ela mantinha o relacionamento há aproximadamente 45 dias e desde então essa perseguição começou a se tornar mais intensa, com visualização por cima de muro, rondas constantes pelas imediações, sempre querendo saber o que a vítima estava fazendo e com quem estava”, pontua Marcel.

“Ele [Sebastião] já conhecida as filhas, era algo mais duradouro. Não era um relacionamento fugaz e esporádico. Já tinham conhecido família e já estavam convivendo sob o mesmo teto”, ponderou o delegado sobre o relacionamento das vítimas.

Cruel e sádico

O feminicídio e homicídio ocorreram no bairro São Francisco, na madrugada deste domingo (12). Alguns vizinhos escutaram barulho e ao longo do dia sentiram falta de Ana Paula. A filha de 21 anos chegou a enviar mensagens e ligar para mãe. Sem respostas, segue até o imóvel de Ana Paula e encontra a mulher e o namorado mortos, um ao lado do outro.

“Eu já estou há um tempo na Delegacia de Homicídios e falou que foi a pior cena, o pior homicídio, mais cruel, mais sádico que já vi na minha vida. Você percebe que as vítimas já se encontravam mortas e ainda assim, foram colocadas em determinadas posições e receberam diversas facadas nas costas, o que contabiliza um total de 64 facadas, 31 na mulher e 33 no homem”, afirma o delegado. Leia a reportagem completa aqui.