Polícia

Defensor público é detido durante festa com aglomeração em casa em Sinop

Foto: Mídia News

O defensor público Leandro Jesus Pizarro Torrano, de 34 anos, foi detido e levado para prestar esclarecimentos na delegacia de Sinop, na madrugada de domingo (25). De acordo com o boletim de ocorrência, Leandro teria feito uma festa com cerca de 60 pessoas na casa dele. 

Por conta da pandemia, não é permitida realização de festas com aglomerações. Conforme o BO, todos os convidados estavam sem máscara. A Polícia Militar ainda apreendeu uma porção de maconha e uma pistola .380, da marca Glock, com registro vencido desde 2016. 

Segundo o BO, os policiais foram acionados após denúncias de que na casa estava acontecendo uma festa em plena pandemia, com música alta. 

No local, os PMs viram uma grande quantidade de carros estacionados na rua da residência, o que indicava que a festa realmente tinha muitos convidados. Assim que pararam a viatura em frente à casa, várias pessoas tentararam correr para os fundos. 

Os policiais então pediram que o dono da casa se apresentasse. De acordo com o BO, neste momento foi possível ouvir Leandro pedindo para que outro homem assumisse ser o proprietário da residência. 

O outro homem então conversou com os PMs e permitiu que eles entrassem na casa. Assim que entraram, os militares perceberam que cerca de 60 pessoas participavam da festa. Os convidados foram revistados. 

Uma das convidadas, que estava em visível estado de embriaguez, desacatou os policiais e teria tentado tumultar a ocorrência. 

Conforme o BO, Leandro também aparentava estar bêbado. 

Outro lado 

Ao MidiaNews, o defensor público afirmou que muitos fatos registrados no BO pela PM ainda precisam ser esclarecidos. Ele assumiu que fez a festa na casa onde mora, mas que os convidados acabaram chamando outras pessoas, causando a aglomeração. 

No entanto, ele ressaltou que haviam 33 pessoas na casa e não 60, como consta no BO. 

"O decreto de Sinop permite até 50 pessoas. O maior infortúnio, realmente, foi a pertubação ao sossego dos vizinhos. A PM chegou de forma bastante truculenta, vistoriaram minha casa inteira, que está totalmente revirada", disse. 

Leandro ainda alegou que porção de maconha encontrada pela polícia estava na bolsa de uma das convidadas e que na residência não foram encontradas drogas. 

"Repudio [drogas], até mesmo pelo meu histórico como profissional. A Polícia revirou minha casa inteira, mas infelizmente uma das pessoas, que foi chamada por um dos convidados, tinha uma pequena quantidade de maconha dentro da bolsa pessoal", afirmou. 

Sobre a arma com registro irregular, o defensor afirmou que não foi autuado por nenhum crime neste sentido. 

"Tenho sim uma arma, ela é registrada, mas está com uma irregularidade administrativa por estar vencida. Fui detido, não preso, e apenas enquadrado por pertubação ao sossego. Tanto que nem fui ouvido pelo delegado ainda", ressaltou. 

Ele afirmou também que não pediu para que outra pessoa assumisse ser o dono da casa. Segundo o defensor público, ele mora na residência com um colega, que na hora se protinficou a atender os PMs.

Leandro ainda lamentou que a ocorrência pode prejudicar a vida profissional como defensor público. 

"O BO tem fatos totalmente controvertidos. Não sei se é perseguição, porque na nossa atuação é possível que aconteça. Mas isso acabou sendo veiculado na maior parte dos noticiários. Está acabando com toda minha carreira e histórico de atuação na Defensoria Pública", disse. 

Em nota, a Associação Mato-grossense das Defensoras e Defensores Públicos (AMDEP) disse que o defensor não infringiu as normas sanitárias de saúde e que ele foi enquadrado por 'perturbação ao sossego'.

"Leandro é um profissional extremamente dedicado, com inúmeros trabalhados realizados em favor da população mais vulnerável, de repercussão estadual, sendo admirado por seus pares, de modo que essa ocorrência jamais terá o condão de ofuscar o brilhantismo de sua atuação dedicada e vocacionada", disse.

Texto: Bruna Barbosa/Mídia News